sábado, 23 de maio de 2015

sujeito pós traumático



A sociedade capitalista transformou o homem- corpo em homem espécie, segundo Michel Foucault, denominado de “biopolítica” da espécie humana.
O poder disciplinar é centrado no corpo, individualizado. Por outro lado, existe o biopoder, que visa o equilíbrio global, a segurança do conjunto em relação aos seus perigos internos. Podemos observar que, a instituição religiosa obtém uma forma de controlar e manipular os seus seguidores, mostrando que doando seu dinheiro é prometido que Deus perdoará seus pecados, a mulher da cadeira de rodas voltará a andar, e assim, o sujeito pós-traumático que é sofrido, excluído, rejeitado pela sociedade, muitas vezes porque é pobre, ou cometeu um delito é denominado de homo sacer, tenta dar um sentido em sua vida frequentando estas instituições que o faz sonhar no meio da escuridão, ou melhor, do abismo social.
Neste contexto supracitado, o Estado de Direito é substituído pelo estado de Exceção, onde o que é importante o combate ao não sujeito, ao homo sacer.
No Brasil, onde vivemos uma democracia, uma pessoa que significa uma ameaça no âmbito social, ela deve ser punida, não necessariamente enclausurada, confinada em um espaço, mas a partir do momento em que ela é negada a exercer seus direitos, sua ficha criminal fica suja quando é enquadrada em algum artigo, e consequentemente sua vida transcorrerá como uma bola de neve, ou seja, tornará uma pessoa suja para a sociedade, as portas cada vez mais irão se fechar surgindo daí um sujeito de não direito, pós-traumático. No neocapitalismo percorre um fenômeno letal que é a lógica de consumo legitimado da própria vida humana.
Modernidade que não prevalece o ser, tem que ter uma utilidade maior, onde mostra uma venda de um “ser humano mercadoria”, sem ao menos importar seu esforço pessoal e sua subjetividade inserida em um contexto desprivilegiado.
Apelamos para que o outro nos enxergue, “olha pra mim, eu estou aqui...”, sendo que o sistema capitalista é tão selvagem que o desespero e a dor psíquica clamam por dignidade,  caráter, o homem por mais injusto e marginal, ou seja, quando comete um crime, grita socorro, pede compreensão a partir de sua historicidade, subjetividade, e assim, remete-se a injustiça social.Um sujeito que sobrevive de sua própria “morte”.
Os sujeitos da sociedade brasileira sofreram tantos traumas, que são persistentes, que não veem mais na Constituição uma garantia de direitos.


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