sexta-feira, 26 de junho de 2015

Análise de música Racionais x filosofia e psicanálise

MÚSICA NO DIVÃ : RACIONAIS  MC

A música mostra como é difícil ser um preso, sofrendo ameaças de outros presos e da própria polícia. Na detenção tudo pode acontecer a qualquer momento, brigas, assassinatos, onde existe um sistema, onde cada um é por si. Um grito contra as injustiças sociais, de um direito falho e excludente.
Como um sujeito apresenta sintomas pós-traumáticos após ser assaltado, o detento também sofre a mesma sintomática sócio-política, ou seja, o sujeito de não direito sofre uma sequência de desilusões e decepções do sistema capitalista e jurídico do Brasil.
Há um desencantamento social, humano daquele sujeito que se encontra preso, por exemplo, no trecho, “mato tempo pra ele não me matar”.
O detento sente que sua vida tem menos valor para a sociedade do que um celular, deixando claro que vivemos na importância do ter, em um capitalismo desumano onde atropelamos tudo o que “não presta” aos nossos olhos, e isto é grave em uma sociedade, pois este tipo de produção é letal.
“Ser humano é descartável no Brasil”, outro trecho da música que fala da realidade nua e crua, o sujeito pós-traumático tem uma história de traumas que retiram sua condição inserida no sistema, sendo apenas uma representação real e simbólica do inimigo que é combatido pela sociedade.
Portanto, o papel da filosofia e da psicanálise é denunciar este caráter massivo e identificar esta lógica sintomática, oriunda de uma ideologia falsa e contraditório.
 

      

Experiência de Vida e Morte, segundo a psicanálise e filosofia

Experiência de morte e vida: psicanálise, filosofia e mística

A psicanálise e a literatura revelam claramente a luta entre pulsões de vida e de morte. Confrontamo-nos psiquicamente com a vida pela condição de humanos e mortais.
Um exemplo claro sobre estas pulsões é o relato do texto: “O silêncio que se rompe”, da autora Lêda Guimarães.
O texto supracitado relata o caso clínico de uma histérica, que em seu gozo masoquista, de se fazer objeto de gozo para o Outro, ou seja, se o masoquismo é sentir prazer pela dor, isso de acordo para a psicanálise é doentio, faz mal, experimentação de morte. Ao decorrer do processo analítico, começa a emergir na paciente uma nova posição subjetiva, sustentada na prevalência do desejo, posição de se deixar levar, pois antes a histérica tinha fobia da “esperança amor”, pois articulava o gozo à castração imaginária. O ato analítico a fez renascer para a vida, o que era dor de existir, transmuda-se em satisfação por aceitar, enfim à condição humana.   
Encontrei uma frase de música do Criolo: “Não existe amor em SP”, que diz: “Não precisa morrer pra ver Deus, não precisa sofrer pra saber o que é melhor pra você”.
Analisando este trecho, percebi que, não se precisa da morte para encontrar a plenitude e a transcendência, basta em vida enxergar que as coisas são como elas têm que ser, aceitar que existe a saúde e a doença, como existe a vida e a morte, sendo que o melhor para todos é saber viver, saber respeitar a natureza, respeitar as pessoas, respeitar o curso da nossa existência e ter a consciência de que somos passageiros neste mundo, então para ter uma boa relação com a vida, precisa-se transcender também em vida, para podermos entrar em contato com o invisível, com a paz interior e é nesta plenitude de corpo, espírito e alma que almejamos chegar, quando nos aproximamos da humanidade verdadeira.
A experiência mística não entra no campo da linguagem, escapa a qualquer referência, até mesmo corporal. A desapropriação do corpo é a união de amor da alma com Deus.


segunda-feira, 15 de junho de 2015

Humanismo nas Sociedades Pós Modernas

HUMANISMO NAS SOCIEDADES PÓS- MODERNAS

Na sociedade pós-moderna o humanismo encontra-se perdido, o ser humano vive em uma tentativa desesperada pelo simples motivo: “ser humano”, onde a demanda contemporânea é sufocante, fria, competitiva e esmagadora.
O homem torna-se máquina a partir da ciência moderna. O cientificismo, a mecanização que a tecnologia provocou a nível sociológico afastou o homem de sua essência humana, lembrando-se da frase: “o homem é lobo do homem” de Thomas Hobbes, no sentido de que há uma autodestruição em massa em busca do poder, status.
A sociedade capitalista, pós-moderna, mantém a fé no imediatismo, que lhe traz comodidades, facilidades, entretanto, esquecendo-se das relações interpessoais, da importância do olhar, das sensações, não abre mão das suas próprias conquistas evolutivas.
O sujeito pós-moderno matou Deus, em sua prepotência, onisciência, tomando seu lugar. Em minha opinião, é o início do fim da humanidade, a não ser que tudo se transforme.
Os replicantes do filme pretendem evoluir mais que o ser humano, mas existe um prazo de vida, o que os deixa indignados, em tal proporção que, começa uma guerra entre eles. O mundo da razão destruiu valores, princípios, a moral e a ética, permeando um descontentamento com o todo, apesar de toda conquista “cravada”.
Segundo o filósofo, Jorge Alemán, a falta de respeito é a falta de distância simbólica que implica o conceito psicanalítico de castração. Desaparecimento da memória; declínio da imagem paterna; aumento do racismo; globalização.
Época pós-moderna, retratada no filme, onde o machismo ainda predomina. Esquizofrenia do sujeito moderno que se fragmentou em múltiplas identidades contraditórias e mal resolvidas. Vivemos uma busca incessante através do holismo com sua procura por uma unidade, que na realidade não existe, pois é pela multiplicidade que os diferentes seres se relacionam.
Tenho a impressão que as pessoas “se suportam”, pelo fato da ausência de respostas emocionais que denunciam a artificialidade na qual estamos inseridos, pois o ser humano necessita de troca, afeto, de um sentido na vida que lhe dê um real, nem que seja imaginário, mas de prazer de estar no mundo. Hoje, a desalienação é perigosa, pois é excludente.
“Os bonecos” do filme, alimentados pela tecnologia exacerbada, representa o mundo artificial, virtual no qual vivemos. Estamos comprometidos em contratos temporários, nos âmbitos emocionais, ocupacionais, entre outros.
Para finalizar, ressalto a importância da transcendência, pois é essencial ao homem, sendo quase inato ao ser humano a necessidade de apoiar-se à algum superior, seja ele de qualquer crença, algo que venha do além, que não podemos ver, e sim sentir.