sexta-feira, 26 de junho de 2015

Experiência de Vida e Morte, segundo a psicanálise e filosofia

Experiência de morte e vida: psicanálise, filosofia e mística

A psicanálise e a literatura revelam claramente a luta entre pulsões de vida e de morte. Confrontamo-nos psiquicamente com a vida pela condição de humanos e mortais.
Um exemplo claro sobre estas pulsões é o relato do texto: “O silêncio que se rompe”, da autora Lêda Guimarães.
O texto supracitado relata o caso clínico de uma histérica, que em seu gozo masoquista, de se fazer objeto de gozo para o Outro, ou seja, se o masoquismo é sentir prazer pela dor, isso de acordo para a psicanálise é doentio, faz mal, experimentação de morte. Ao decorrer do processo analítico, começa a emergir na paciente uma nova posição subjetiva, sustentada na prevalência do desejo, posição de se deixar levar, pois antes a histérica tinha fobia da “esperança amor”, pois articulava o gozo à castração imaginária. O ato analítico a fez renascer para a vida, o que era dor de existir, transmuda-se em satisfação por aceitar, enfim à condição humana.   
Encontrei uma frase de música do Criolo: “Não existe amor em SP”, que diz: “Não precisa morrer pra ver Deus, não precisa sofrer pra saber o que é melhor pra você”.
Analisando este trecho, percebi que, não se precisa da morte para encontrar a plenitude e a transcendência, basta em vida enxergar que as coisas são como elas têm que ser, aceitar que existe a saúde e a doença, como existe a vida e a morte, sendo que o melhor para todos é saber viver, saber respeitar a natureza, respeitar as pessoas, respeitar o curso da nossa existência e ter a consciência de que somos passageiros neste mundo, então para ter uma boa relação com a vida, precisa-se transcender também em vida, para podermos entrar em contato com o invisível, com a paz interior e é nesta plenitude de corpo, espírito e alma que almejamos chegar, quando nos aproximamos da humanidade verdadeira.
A experiência mística não entra no campo da linguagem, escapa a qualquer referência, até mesmo corporal. A desapropriação do corpo é a união de amor da alma com Deus.


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