MÚSICA NO DIVÃ : RACIONAIS MC
A música mostra como é
difícil ser um preso, sofrendo ameaças de outros presos e da própria polícia.
Na detenção tudo pode acontecer a qualquer momento, brigas, assassinatos, onde
existe um sistema, onde cada um é por si. Um grito contra as injustiças sociais,
de um direito falho e excludente.
Como um sujeito
apresenta sintomas pós-traumáticos após ser assaltado, o detento também sofre a
mesma sintomática sócio-política, ou seja, o sujeito de não direito sofre uma
sequência de desilusões e decepções do sistema capitalista e jurídico do
Brasil.
Há um desencantamento
social, humano daquele sujeito que se encontra preso, por exemplo, no trecho,
“mato tempo pra ele não me matar”.
O detento sente que sua
vida tem menos valor para a sociedade do que um celular, deixando claro que
vivemos na importância do ter, em um capitalismo desumano onde atropelamos tudo
o que “não presta” aos nossos olhos, e isto é grave em uma sociedade, pois este
tipo de produção é letal.
“Ser humano é descartável
no Brasil”, outro trecho da música que fala da realidade nua e crua, o sujeito
pós-traumático tem uma história de traumas que retiram sua condição inserida no
sistema, sendo apenas uma representação real e simbólica do inimigo que é
combatido pela sociedade.
Portanto, o papel da
filosofia e da psicanálise é denunciar este caráter massivo e identificar esta
lógica sintomática, oriunda de uma ideologia falsa e contraditório.
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