TEXTO: Mecanização dos
corpos e a influência dos sentimentos para uma verdadeira humanização
O mecanicismo dos corpos
e ou a “coisificação” do ser humano surgiram a partir da filosofia cartesiana com
o dualismo entre corpo e alma. Esta visão reducionista, de que o corpo é uma
máquina ainda existe na contemporaneidade.
O que une corpo e alma
são as paixões, pois segundo Descartes, o sujeito se define através do
pensamento, onde as paixões são pensamentos da alma, tendo como sua principal
consequência o trabalho de induzir a alma a um direcionamento de sua atenção,
voltando-a para os efeitos causados pelos afetos no corpo.
Nesta interação de corpo
e alma, Descartes é o único que leva em conta a fisiologia das emoções,
advindas da paixão, tais como: alegria, tristeza, raiva, ódio, amor e desejo.
Ainda em sua teoria,
conclui que, a alma está intimamente ligada à glândula pineal, local onde se
unem o corpo e a alma, e também o local que os “espíritos animais” e as ações
hormonais se encontram.
A impressão que uma
percepção causa está na base de nossos sentimentos, que também são explicados
por meio de movimentos dos “espíritos animais”, assim os sentimentos provocam
alterações fisiológicas.
Portanto, por mais que
as paixões sejam da alma, estão ligadas intimamente ligadas ao corpo, ou seja,
o “movimento fisiológico” não podemos controlar com a razão, o controle das
paixões, por exemplo, não é da ordem da vontade, pois é a emoção que prevalece,
atuando diretamente no corpo, nesse movimento.
Entretanto, o que
importa é a descoberta que mesmo que corpo e alma tenham funções e conceitos
diferentes, estão intimamente ligados em um só circuito cerebral.
Diante do exposto,
devemos ressaltar a importância dos sentimentos para uma verdadeira humanização
no âmbito da saúde, educação, entre outras instituições e meios de
relacionar-se com o outro. Quebrando assim, a ideia de que o homem é uma
máquina, que não pode ter emoções, que não pode adoecer e nem sentir...isto
seria desumano, então já que somos um ser humano composto de matéria (corpo),
alma e espírito onde todos estão interligados, pois sem um deles o outro não
sobreviveria em sua “normal existência”.
Vivemos em um mundo
contemporâneo, que ao invés de educar o sujeito a conhecer a si mesmo, e assim
poder conhecer e apreender o mundo de uma maneira saudável, estamos construindo
“pessoas robotizadas”, entupidas de informações, sendo que o principal está
adormecido que é o que nos faz feliz e vivos, onde de uma maneira tão simples
poderíamos ter acesso, que se encontra dentro de nós mesmos.
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